20080802

MINHA CIDADE

A cidade em que eu nasci, não a vejo mais inocente;
Lá se foi meu alentejo de pouco sonho sorridente.
Tempos outros ser criança, terna era a magia do prazer;
Sol e lua, noite e dia, da vida nada podia entender.

Na cidade em que eu nasci, os júbilos vinham da chuva;
Meu olhar abria vista de caminhos, desvios e curvas.
Os desejos eram tenros em futuros sonhadores;
Pouco tempo lá vivi, num jardim de escassas flores.

A cidade em que nasci, nunca mais será a mesma;
Nos tempos de hoje eu tenho a fonte da casta beleza.
Logro amor, carinho e vida, detenho sonhos os mais belos;
O sol emana límpido prazer, a lua as noites que espero.

Na cidade em que nasci, hoje nutre uma vontade;
Dia e noite o meu anseio é lá ter nova morada.
A cidade me contenta, me apraz e por ela eu deliro;
Tudo isto hoje eu sinto por obra de um único brilho.